quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Alugam-se avós, filhos, netos... (final)

Continuação de anteontem
“A presidente da Eficiência Japão, Satsuki Oiwa, analisa o sucesso da sua empresa de um modo sentimental: ‘Desde a guerra, O Japão tem estado tão ocupado fazendo produtos que esquecemos do coração humano. Temos sido bons no serviço pesado, mas nos falta o serviço leve – a comunicação com os outros com um coração solidário’.
Oiwa, de 38 anos, criou a empresa há cinco anos para oferecer programas de treinamento a gigantes japoneses como a Yamaha e a Sony e ainda tem a maior parte de lucros desses serviços. Mas durante seu trabalho com essas companhias, ouviu frequentes lamentos sobre relacionamentos insatisfatórios. Para ela, era uma falha do mercado, e começou seu serviço de aluguel no final do ano passado.
Mais da metade dos clientes de Oiwa são casais mais velhos, o que comprova o crescente isolamento dos idosos causado pela decomposição da família tradicional.
‘Eu queria tocar a pele de um bebê mais uma vez. Meus netos já cresceram’, disse uma avó de 75 anos.
Nem todos os clientes são velhos. Um casal na faixa dos 20 anos, com um filho de dois anos, alugou um par de dublês para fazer o papel de avós da criança.
A empresa também oferece ‘empregadas de aluguel’ para donas de casa frustradas e sobrecarregadas de trabalho. O papel da empregada é menos limpar a casa do que massagear o ego da cliente acompanhando-a nas compras e dando opiniões enquanto ela experimenta roupas.
‘Até certo ponto, isto tudo é superficial, mas também relaxa a dona de casa’, diz Oiwa. “Desta forma, quando os maridos chegam em casa, elas podem recebê-los calorosamente, dizendo ‘bem-vindo’, em vez de você está novamente atrasado”.
Oiwa também atende às necessidades emocionais dos funcionários que precisam dar tudo a suas companhias, frequentemente sacrificando sua vida pessoal. Para eles, oferece ‘ouvintes de queixas’, como um escape para reclamações contra seus chefes, colegas ou clientes.”
Lembrar de algo lido há quase 20 anos é sinal de que o texto deu o que pensar e de que talvez ajude a compreender o presente. Portanto, creio que seja válido refletir sobre Alugam-se avós, filhos, netos... Compartilharei minhas reflexões na próxima postagem e vocês poderão compartilhar as suas a partir do momento que as publicarem no blog na forma de comentários. Considero a troca de reflexões uma ótima maneira de obter o melhor proveito do que se lê e de possibilitar conexões com outras ideias. As duas últimas postagens foram provocadas por um comentário recebido. Quem se habilita a fazer o primeiro?

2 comentários:

Amarin disse...

Olá Guedes!

Veja, não é só no Japão que existem pessoas solitárias, pessoas que se suicidam, quando é feito um comparativo com o Brasil, devemos lembrar de que aqui também existem pessoas solitárias, que se suicidam, e que acabam morrendo por causas digamos "piores", como assassinatos, que inclusive são muito mais frequentes aqui. Então, não existe um lugar perfeito, ainda te digo que o Brasil nas condições atuais, almeja ser um país como o Japão, isto é, o melhor pensamento político para o Brasil em questão é tornar-se um país rico, cheio de empresas, forçando os brasileiros a trabalharem mais e mais para empresas, esquecendo-se da própria vida. Portanto pode-se dizer que o Brasil está no mesmo caminho.

A reportagem não me choca! Como disse, se houvesse esta oportunidade, talvez até tenha, de criar uma empresa dessas no Brasil, porém os brasileiros não tiveram a criatividade dos japoneses para criar isto. Mas que se tivessem certamente que iriam fazer afim de lucrar. O que me choca são os crimes praticados normalmente no Brasil.

Os japoneses não mais tristes que os brasileiros, eles só trabalham muito, e pelo menos não usam seu dinheiro para encomendar a morte de alguém como é feito tranquilamente aqui.

Eu prefiro o Brasil como terra e os japoneses como povo.

Um grande abraço.

Guedes disse...

Olá Anselmo!

Obrigado por ter atendido ao pedido para comentar a postagem. A intenção ao publicá-la não foi dizer que é só no Japão que existem pessoas solitárias. A finalidade foi mostrar, exatamente, algo que você diz no seu comentário: “não existe um lugar perfeito”. Mostrar que naquele país enaltecido nas postagens “Lição de vida para o ocidente” e “Dez coisas a serem aprendidas com o Japão” também existem problemas e defeitos.

Concordo quando você diz que o Brasil está no mesmo caminho da Japão. Aliás, a cada dia que passa mais países procuram seguir um mesmo caminho equivocado.

A reportagem não o choca? Será que ainda conseguimos nos chocar com alguma coisa neste insano mundo onde sobrevivemos? Não tenho conhecimento da existência, no Brasil, de uma empresa similar a Eficiência Japão, mas creio que para criá-la nem seja necessária criatividade por parte dos brasileiros. Afinal, basta copiar a ideia.

Não tive a intenção de estabelecer comparações entre japoneses e brasileiros e sim de mostrar que não existe país perfeito. Ao terminar dizendo que prefere o Brasil como terra e os japoneses como povo, seu comentário vai ao encontro do que eu pretendo mostrar com a minha postagem.

Um grande abraço,
Guedes