sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Otimistas, pessimistas e esperançosos

Embora o único tempo no qual pode-se viver seja o presente, é fato que, com exceção dos suicidas, os seres da dita espécie inteligente do Universo sempre pretenderam prolongar ao máximo sua estada nesta dimensão deste planeta. Ou seja, eles sempre desejaram ter um futuro. Desse desejo, inevitavelmente, surgiram (e jamais deixarão de surgir) expectativas de como será tal futuro. E segundo as expectativas demonstradas por elas, as pessoas foram, de forma maniqueísta, classificadas como otimistas ou pessimistas. Mas o que vêem a ser um otimista e um pessimista? Outras definições podem ser conhecidas por vocês, mas as apresentadas abaixo são, no meu entender, aquelas que mais se aproximam do comportamento de pessoas que vejo serem classificadas como otimistas e pessimistas.
O que é um otimista? É um indivíduo que acredita (baseado não imagino em quê!) que a civilização da qual ele faz parte consiga tornar-se melhor sem que ele precise mover sequer uma palha para que tal aconteça. E o que é um pessimista? É um indivíduo que acredita que não adianta fazer o que quer que seja, pois a dita civilização jamais tornar-se-á algo que preste. Ou seja, tanto otimistas quanto pessimistas são indivíduos que jamais farão alguma coisa em prol de qualquer melhora na civilização da qual fazem parte. Desanimador, não? Sim, mas, felizmente, existem indivíduos que apresentam um terceiro perfil. Qual é ele? É o esperançoso.
O que é um esperançoso? É um indivíduo que acredita que tornar melhor a civilização da qual ele faz parte é algo possível sim, desde que as pessoas disponham-se a atuar no sentido de transformar possibilidades em realidade. É um indivíduo que acredita que passado, presente e futuro sejam coisas interligadas e interdependentes e que consequentemente o que se tem em um tempo é resultado do que se fez (e do que não se fez) no tempo que o precedeu. Ou seja, o presente é o tempo de colher o que foi plantado no passado e o futuro será o tempo de colher o que for plantado no presente. Simples assim, mas, infelizmente, um dos grandes equívocos da dita espécie inteligente do Universo é, justamente, não entender essa simples interdependência de passado, presente e futuro. Equívoco que contribui demais para a eternização dos males que a afligem.
Otimistas, pessimistas e esperançosos! Será que existe algo que os assemelhem e / ou que os diferenciem? Sim, existe. Otimistas e pessimistas, conforme já foi dito, assemelham-se no que se refere a eximir-se de atuar em prol de um futuro melhor para a coletividade da qual fazem parte. Otimistas e esperançosos, embora muitos equivocadamente os confundam, também conforme o que foi já foi dito, têm perfis completamente diferenciados.
Em resposta ao envio para a minha lista de destinatários de e-mails da postagem Inferno e abandono da esperança, recebi de uma eterna amiga uma resposta na qual ela dizia que meu otimismo é renovador. Respondi dizendo que discordava de tal opinião, pois otimistas são indivíduos que acreditam que as coisas melhorarão sem que eles precisem fazer alguma coisa, e eu jamais acreditei nisso. O que eu acredito é que existe sempre a possibilidade de as coisas melhorarem, mas isso só acontecerá se nos dispusermos a agir para que tal aconteça. É isto que entendo por esperança, e é por isso que me considero um esperançoso, e não um otimista.
Não, o mundo não é composto apenas de otimistas e pessimistas, pois além deles existem os esperançosos e isto é algo que precisa, urgentemente, ser espalhado se ainda almejarmos transformar este mundo em algo que faça jus ao termo civilização. Sim, é nos esperançosos que, como o próprio nome diz, mora a esperança de que algum dia este mundo venha a ser um lugar onde as pessoas que por aqui estiverem possam viver em harmonia. E pela expressão algum dia (usada na frase anterior) entenda-se algum dia em que ele (o esperançoso) pode nem estar mais por aqui. Sim, o verdadeiro esperançoso atua em prol de um mundo melhor mesmo que dele não venha a desfrutar. Até porque há uma imensa quantidade de pessoas que em sua passagem por este planeta geram descendentes aos quais dizem amar, e sendo assim creio que não seja mais do que sua obrigação atuar em prol de um mundo melhor para tais descendentes. Delirei? Creio que não.
Em conformidade com o que foi dito no parágrafo anterior, ser esperançoso é, entre outras coisas, agir em conformidade com o que é dito em Não ficar na dependência de resultados, uma ideia espalhada na postagem de 9 de janeiro de 2012. E é por ser um esperançoso que criei e mantenho este blog que tem a pretensiosa intenção de espalhar ideias que ajudem a interpretar a vida e provoquem ações para torná-la cada vez melhor.
Esta postagem encerra a sequência iniciada com Inferno e abandono da esperança. Que todos vocês, de acordo com as preferências particulares, consigam tirar o melhor proveito do período carnavalesco. E se possível que dele retornem como mais um integrante do contingente dos esperançosos, pois tal contingente precisa, urgentemente, de novos adeptos. Compreendido?

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